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        Em primeiro lugar, é de referir que portefólio é definido como uma coleção sistemática, organizada e intencional de alguns trabalhos e evidências das aprendizagens das crianças, recolhidos ao longo do tempo e que demostram e documentam os progressos realizados, as aprendizagens e as competências das crianças (McAfee & Leong, citado por Parente, 2012, p. 307). Ainda assim, este permite que a criança se envolva no seu processo de aprendizagem e avaliação a partir da seleção, análise e apreciação dos trabalhos e aspetos importante para lá colocar.
      Por sua vez, Bernardes e Miranda (2003) definem o portefólio como uma coleção significativa dos trabalhos do seu autor que ilustram os seus esforços, os seus progressos e as suas realizações num ou em diferentes domínios (p. 17).

    Evidencia-se que o nosso e-portefólio é um instrumento que nos permite avaliar, interpretar e refletir as aprendizagens realizadas na prática pedagógica e, ainda, planificar aprendizagens cada vez mais eficientes, tendo em conta os aspetos menos bons realizados nesta prática (Formosinho & Parente, 2005).

   Relativamente aos conteúdos que devem constar no portefólio, importa salientar que este é condicionado pelos objetivos que são delineados para o mesmo (Martin, citado por Parente, 2012). No entanto, existem alguns autores que defendem que o portefólio deverá conter os seguintes aspetos:

         amostras de trabalhos das crianças, registos de observações com recursos a diferentes formatos, descrições das ações, interações e realizações das crianças, registos fotográficos, áudio e vídeo, informações e observações dos pais (…) relatos dos encontros e reuniões realizadas com os pais (Parente, 2012, p. 308).

    No que concerne às vantagens deste instrumento, podemos afirmar que este recurso permite mostrar aos educadores, às crianças e aos pais quais as áreas mais fortes, as mais fracas, as necessidades e interesses do grupo e verificar até que ponto o currículo elaborado é, ou não, eficiente. Ainda assim, este possibilita que a pessoa que o lê compreenda até onde a criança chegou e, ainda, como é que lá chegou. Por outro lado, a criação do portefólio possibilita o envolvimento da criança na análise dos seus trabalhos, a reflexão sobre os mesmos e a autoavaliação, favorecendo o crescimento da responsabilidade individual na aprendizagem. Deste modo, é fundamental que o educador as auxilie na análise refletida e sistematização dos trabalhos que realizam, pedindo que identifique o que foi feito, o que é mais caraterístico, o que foi mudado com o tempo ou o que falta fazer e no processo de seleção dos processos de seleção dos trabalhos a integrar no portefólio (Parente, 2012, p.314).

       Note-se que o facto de a criança poder participar na construção do portefólio, permite que esta, ao selecionar os trabalhos a serem integrados, comece a estimular o seu espírito crítico pois aprende a avaliar os seus trabalhos e, ainda, refira aspetos que possam ser melhorados (Potter, citado por Parente, 2012). Ainda assim, este processo possibilita uma maior compreensão acerca do processo usado para aprender e, ainda, inicia o desenvolvimento do sentido da responsabilidade da sua própria aprendizagem (Mac Donald & Murphy, citado por Parente, 2012).

     Evidencia-se que a participação da criança na construção do portefólio favorece o gosto pela leitura, apreciação do seu portefólio, a partilha do mesmo com outras crianças, com os pais, com a família alargada e com os amigos. É de acrescentar que a revisão do portefólio ajuda a criança a (re)pensar e falar acerca das suas aprendizagens, a dar sentido e interpretar as suas experiências das aprendizagens e a refletir como potencializa-las para o futuro.

    Por fim, salienta-se que o portefólio declara-se como uma estratégia de oportunidades de colaboração dos pais, proporciona um maior conhecimento da criança e da família pelo educador e, ainda, um maior conhecimento à família do trabalho desenvolvido no âmbito do jardim-de-infância, envolvendo os pais na avaliação da criança e das suas aprendizagens (Parente & Seitz e Bartholomew, citados por Parente, 2012). 

Introdução 

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